
Nestes últimos meses em que decidi dar um mano à Inês, estou assim um misto de sentimentos, se por um lado sinto que a minha família estará mais completa com mais um filho, e se acho que a Inês merece um irmão, por outro lado não me apetece nada passar por tudo outravez. Portanto estou assim que a obrigar-me a tomar esta decisão, porque sei que é a correcta e que não me vou arrepender, ok quando tiver que me levantar de 3 em 3 horas, de certeza que me vão passar coisas horríveis pela cabeça, mas isso é normal, depois eles dão um sorriso e passa :).
Mas isto tudo para dizer que nestes últimos dias me tenho apercebido, ainda mais da importância de ter um irmão.
Tenho presenciado de perto o que é ser filho único e passar por situações familiares muito difíceis, sem o apoio de um irmão. Não consigo imaginar, e quando tento, tenho a certeza que é horrível.
Tenho a sorte de ter irmãos, tenho uma mana adolescente que é uma querida, para quem quero estar sempre presente, quero que ela cresca e que veja em mim uma irmã/ amiga, com quem pode contar para tudo, afinal ainda me lembro muito bem do que foi ser adolescente, não foi assim há tanto tempo....ou se calhar foi.
Depois tenho o meu irmão, mais novo 4 anos, aquele com quem cresci, aquele que na adolescência achava que odiava, atormentava a minha vida, um verdadeiro pestinha, e na altura eu sabia que seria muito mais feliz se fosse filha única, não precisava dele para nada, ele só me chateava.
Lia o meu diário quando eu não estava em casa, fazia birras para entrar no meu quarto quando eu lá estava com as minhas amigas. Enfim, o típico irmão mais novo.
Há situações hilariantes, lembro-me de ele me apanhar a fumar, era eu uma míuda com a mania que era parva, fui apanhada por ele, que era o pior que me podia acontecer, porque o passo seguinte era ele ir contar à minha mãe, para que isso não acontecesse levei-o para uma vinha e obriguei-o a dar uma passa no cigarro, ficou roxo e tossiu imenso, mas foi a única maneira de eu garantir que ele não ia contar à minha mãe, com a desculpa de, não podes contar porque também fumaste. Até hoje nunca fumou, tal foi o trauma :)
Outro episódio fantástico foi a minha mãe ir buscar a vassoura para varrer a cozinha, e depara-se apenas com meio pau da vassoura, o que aconteceu??Quem estragou?? eis senão quando, o meu irmão passa à frente de casa, numa corrida de pneus com o que faltava do cabo da vassoura a empurrar.
Crescemos, juntos, passamos por várias fases, por muitos momentos complicados, outros felizes. Criamos uma cumplicidade grande e a nossa relação foi ficando cada vez mais forte e segura. E passou de dispensável para insubstituível.
É mais novo que eu, apesar de ser o dobro de mim, é aquela pessoa que diverte qualquer sitio onde vá, fala pelos cotovelos e tem teorias para tudo, arriscou na profissão sem ter uma rede por baixo, o que me enche de orgulho. Diz muitas parvoices, não concordo com muitas opiniões e atitudes, e às vezes acho que é uma criança com 1,80m, mas respeito-o enquanto pessoa. E apesar de ser mais novo do que eu, e de eu ter um forte sentimento de protecção em relação a ele, porque sou a irmã mais velha, também me sinto muito protegida por ele.
Seria menos feliz se ele não existisse, seria concerteza uma pessoa diferente.
Seria menos feliz se ele não existisse, seria concerteza uma pessoa diferente.
Por todas estas razões e mais algumas a Inês merece um irmão, quero que ela e o irmão sejam cúmplices, amigos, confidentes, quero formem uma equipa imbatível, que sejam felizes um com o outro.
Sem comentários:
Enviar um comentário