Uma família Horrível!!!

Aproveitamos o sábado antes do dia das bruxas para fazer um jantar de família.

Mascaras a rigor, casa decorada na perfeição e bebidas de sangue a gosto do freguês, que é como quem diz, com mais vodka ou menos vodka, mas sempre em tons de vermelho.

Algumas das criaturas horríveis que foram ao jantar:

Alguns pormenores de decoraçã0:

A Puta da Crise

Os efeitos da crise estão muito perto...perto demais.

Ver diariamente o desespero nas pessoas, apanhadas de surpresa, sem saber o que fazer...sem saber para onde se virar.

Filhos, contas, creches, e tantas outras obrigações, que não vão desaparecer só porque alguém ficou sem emprego, que vão ter que continuar a ser pagas, só não sabem como.

Até esta fase passar é um sufoco, é não saber que vai ser o próximo, é ficar aqui caladinha e quieta a ver se ninguém se lembra de nós.

Ataque cardíaco

Ontem fiquei furiosa e quando cheguei ao carro desabafei com Zé Nando e Inês Maria.

Estávamos com o fim de semana mais ou menos programado para Troia, quando de repente me lembro que sábado vou ter uma conferência de trabalho, todo o santo dia.

Já não posso desmarcar, porque o chefe pagou as entradas e nós não queremos que o chefe se zangue, por isso o remedio, é mesmo ser forte, esquecer Troia e passar o sábado enfiada numa sala qualquer.

Ou isso ou então seguir o conselho da Inês, que prontamente arranjou uma solução:

- Óh mãe faz de conta que tens um ataque cardíaco, vais ao médico ele escreve num papel que não podes ir trabalhar, porque tiveste um ataque cardíaco e assim já podemos ir para Troia.

Menina Inês, apesar de ter achado piada, vamos ter que nos sentar e falar sobre esse assunto. Não sei onde raio foste buscar essa ideia, mas se há coisa que não tolero, são "parasitas" que se escondem atrás de baixas médicas.

O raio da miúda está a crescer rápido demais.

E cá entre nós ataque cardíaco não é uma boa opção, é que nem trabalho nem Troia.

Para a próxima vamos considerar uma intoxicação alimentar vá...fraquinha.

Há dias assim...

Acho que o meu emprego não é a minha cena.

Não ganho dinheiro suficiente para fazer tudo o que quero.

Não estou com a minha família o tempo que gostaria.

Sinto os meus amigos cada vez mais distantes.

Estou farta de trabalhar 12h por dia.

Vou ali cortar os pulsos já venho!

Quem sabe, sabe!

A Inês é uma mini me.

Vaidosona, adora malas, passeia-se em casa com os meus sapatos de salto alto, e já tem a sua própria mala de maquilhagem, cheia de vernizes, sombras e batons.

Ontem fomos as duas às compras, o trabalho tem andado de loucos, de tal forma que nem para ir ver montras na hora de almoço tenho tempo, e confesso que já andava a ressacar de comprar uns trapitos.

Deixamos o homem da casa, em casa e lá fomos as duas. Ainda era cedo as lojas estavam vazias, eu ia por um lado e ela ia por outro, e ia dizendo em voz alta, - olha mãe esta é gira, - esta também é uma opção, e ia levantando os cabides para eu ver as escolhas (e posso adiantar que não eram nada más).

Entretanto pega numa camisa branca e diz:

- Mãe olha esta, é um clássico!

É o meu orgulho :)