segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Uma Trabalheira

Não me sei vender, é um facto. Sou muito prática e simplista, e às vezes fico com a sensação que me prejudico.

Ora vamos a um exemplo prático, se me perguntarem o que fazes (e imaginando que o meu trabalho é envelopagem (não sei se este termo existe))?

A minha resposta é: Envelopagem.

Há pessoas que fazem exactamente o mesmo que eu, e quando lhe perguntam, o que fazes a resposta é:

O meu trabalho consiste na arte de envelopar. Neste trabalho é necessário reunir o conteúdo, que vai ser alvo de envelopagem, depois de o reunir e organizar, é necessário escolher o tipo de envelope, por forma a termos a certeza que o envelope escolhido cumpre os objectivos pré-definidos.

Quando se consegue conciliar estes dois parâmetros (conteúdo + envelope), passamos então à segunda fase, não a menos difícil. Nesta fase temos de manusear cuidadosamente o envelope e colocar o conteúdo no seu interior. Este é um trabalho de grande perícia, uma vez que não há margem de erro.

Na fase 3, temos a colagem do envelope, e esta será talvez, a parte mais difícil.
Depois de retirada a película já não é possível voltar atrás, o que faz com que esta acção seja de grande responsabilidade e só seja feita quando estamos completamente seguros.
Deveremos ter sempre em conta do risco de danificar o conteúdo caso este toque na cola do envelope, esta fase requer muita concentração.

Este é um trabalho que se divide em três fases, que requer uma grande responsabilidade e concentração.

E é isto, não é difícil perceber a diferença.

Cada vez mais me deparo com pessoas do tipo cromo, e quando os oiço falar pergunto-me se eles acham mesmo que estão a convencer alguém? Mas o problema é que se calhar convencem.



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Leva 2 paga 1

Descobri este blogue http://www.fashionsalade.com/lovelypepa, através de um outro blogue, mas isso não interessa nada.

Facto é, que estou viciada, todos os dias vou lá espreitar o look do dia.

A miúda tem muita pinta (sim, é uma miúda), e identifico-me com praticamente todos os looks.
Era pessoa para vestir qualquer um, sem pestanejar.

Em não vestindo os looks iguais a ela, até porque não tenho a roupa que ela tem (cabra!), dá para tirar ideias e perceber que se podem fazer conjugações, que nunca nos lembramos, e que resultam bem.

Não é agarrada a nenhum estilo, tão depressa usa all star, como saltos altos dourados e gosto disso, não suporto pessoas com guarda roupa tipo pato Donald, tudo igual.

Ora num destes dias que lá fui espreitar, e descobri este site ShoesWorld.com, que é espectacular, ora então compramos 2 peças e só pagamos a mais cara.

Tem sapatos, botas, ténis, malas. Tem muita coisa pavorosa, mas também coisas que valem muito a pena, e sendo uma delas grátis, vale a pena dar uma olhadela.

Quem é amiga quem é?


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Os primeiros rebentos

Ora bem, voltando ao croché, que é a única coisa que eu sei fazer, e tentando fazer disto um "negócio paralelo", achei que com naprons para meter em cima da tv, não me ia safar.

Então, decidi-me por acessórios, a ideia é ter sempre um apontamento de croché, poderá o crochet o rei da festa ou ser apenas um pormenor.

Depois de 2 fins de semana e 1 feriado, entre corte, costura, colagens, rabiscos, croché e afins, depois de ser insultada pelo Zé Nando, que diz que eu pareço uma velha no sofá a fazer croché, saíram os primeiros rebentos.

Não é por serem meus, mas acho que ficaram bem giros :)

O que acham?























sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Croché

Durante a minha infância faltaram-me muitas coisas, mas se há coisa da qual não me posso queixar foi das brincadeiras, da criançada, da rua, dos joelhos esfolados.

Vivíamos numa aldeia, nem era uma aldeia, nem era uma vila, nem sei bem se chegava a ser alguma coisa, tinha uma dúzia de casas, e 2 dúzias de adultos e muitas crianças.

Tinha paisagens lindas, havia muitos espaço para brincadeira, muita imaginação e pouco perigo.

Desde a primeira classe que íamos sozinhos a pé para a escola, íamos passando uns nas casas dos outros e quando chegávamos à escola, que era no fundo da rua, já éramos imensos.

Passávamos grande parte do dia na rua, a brincar, na casa uns dos outros, regressávamos quando as nossas mães gritavam o nosso nome, para as refeições, ou para dormir, porque já era tarde.

Havia uma barragem, onde passávamos os dias no Verão, a aprender a nadar e mergulhar.

As casas estavam sempre abertas, tinham sempre a chave na porta, era normal entrarmos, como se fossem a nossa casa.

Ao domingo vestíamos as nossa melhores roupas para ir à missa, e o almoço era mais cuidado neste dia.

A maioria das mulheres não trabalhava, ficava em casa, a tomar conta dos filhos. Os trabalhos que tinham eram sazonais, apanha da maçã, da uva e croché.

As mulheres faziam imenso croché, toalhas, colchas e jogos de naprons, depois, de tanto em tanto tempo passava lá o Sr. das rendas, na sua carrinha, que comprava os trabalhos de renda feitos e ia vende-los a outras terras.

E foi assim, que nós, as filhas da terra também aprendemos a fazer croché, tínhamos que ajudar as nossas mães, quanto mais jogos fizéssemos, mais conseguíamos vender.

Na altura era uma seca, éramos crianças, e não há nenhuma criança que goste de estar sossegada a fazer flores e quadrados de croché, quando havia tanto para brincar, tanto para descobrir.

Era uma obrigação, que hoje em dia se está a transformar num prazer.