A coisa começou bem, com entrega de fitas de finalistas e uma actuação dos pequenos, tudo mudou de figura quando começaram a passar o vídeo dos melhores momentos, e eu que não resisto a um bom vídeo acompanhado por uma boa música lamechas de ir às lágrimas, vi logo no que aquilo ia dar, e agarrei-me ao telemóvel, a ver se me distraia para não fazer figuras. Mas não valeu de muito, quando reparo estavam as mães todas a olhar para mim, para me avisar que a Inês, que estava sentada à frente junto dos amigos, estava numa choradeira que não se aguentava (quem sai aos seus não é de Nelas), estava inconsolável, chorava descontroladamente, já a entrar naquela espiral que não conseguia parar, e eu que não gosto de chorar à frente de estranhos (nem de conhecidos), tive de fazer das tripas coração para me aguentar.
Custou-me vê-la assim, mas não posso fazer nada, já todos passamos por isso, todos achamos que é o fim do mundo, que nunca mais vamos ter amigos como aqueles e que a partir dali a vida vai ser uma infelicidade. Já lhe expliquei que é normal estar assim, mas que vai passar, que ao longo da vida vai passar por isto várias vezes, mas que os verdadeiros amigos ficam para sempre. Além de que vivem todos em Lisboa e que facilmente se podem encontrar e falar, mas não está a resultar, hoje continuava com ar de calimero.
Também há que dizer com toda a frontalidade, que ela é um nadinha rainha do drama.
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