terça-feira, 28 de julho de 2009

Irmãos



Nestes últimos meses em que decidi dar um mano à Inês, estou assim um misto de sentimentos, se por um lado sinto que a minha família estará mais completa com mais um filho, e se acho que a Inês merece um irmão, por outro lado não me apetece nada passar por tudo outravez. Portanto estou assim que a obrigar-me a tomar esta decisão, porque sei que é a correcta e que não me vou arrepender, ok quando tiver que me levantar de 3 em 3 horas, de certeza que me vão passar coisas horríveis pela cabeça, mas isso é normal, depois eles dão um sorriso e passa :).

Mas isto tudo para dizer que nestes últimos dias me tenho apercebido, ainda mais da importância de ter um irmão.
Tenho presenciado de perto o que é ser filho único e passar por situações familiares muito difíceis, sem o apoio de um irmão. Não consigo imaginar, e quando tento, tenho a certeza que é horrível.

Tenho a sorte de ter irmãos, tenho uma mana adolescente que é uma querida, para quem quero estar sempre presente, quero que ela cresca e que veja em mim uma irmã/ amiga, com quem pode contar para tudo, afinal ainda me lembro muito bem do que foi ser adolescente, não foi assim há tanto tempo....ou se calhar foi.

Depois tenho o meu irmão, mais novo 4 anos, aquele com quem cresci, aquele que na adolescência achava que odiava, atormentava a minha vida, um verdadeiro pestinha, e na altura eu sabia que seria muito mais feliz se fosse filha única, não precisava dele para nada, ele só me chateava.

Lia o meu diário quando eu não estava em casa, fazia birras para entrar no meu quarto quando eu lá estava com as minhas amigas. Enfim, o típico irmão mais novo.

Há situações hilariantes, lembro-me de ele me apanhar a fumar, era eu uma míuda com a mania que era parva, fui apanhada por ele, que era o pior que me podia acontecer, porque o passo seguinte era ele ir contar à minha mãe, para que isso não acontecesse levei-o para uma vinha e obriguei-o a dar uma passa no cigarro, ficou roxo e tossiu imenso, mas foi a única maneira de eu garantir que ele não ia contar à minha mãe, com a desculpa de, não podes contar porque também fumaste. Até hoje nunca fumou, tal foi o trauma :)

Outro episódio fantástico foi a minha mãe ir buscar a vassoura para varrer a cozinha, e depara-se apenas com meio pau da vassoura, o que aconteceu??Quem estragou?? eis senão quando, o meu irmão passa à frente de casa, numa corrida de pneus com o que faltava do cabo da vassoura a empurrar.

Crescemos, juntos, passamos por várias fases, por muitos momentos complicados, outros felizes. Criamos uma cumplicidade grande e a nossa relação foi ficando cada vez mais forte e segura. E passou de dispensável para insubstituível.

É mais novo que eu, apesar de ser o dobro de mim, é aquela pessoa que diverte qualquer sitio onde vá, fala pelos cotovelos e tem teorias para tudo, arriscou na profissão sem ter uma rede por baixo, o que me enche de orgulho. Diz muitas parvoices, não concordo com muitas opiniões e atitudes, e às vezes acho que é uma criança com 1,80m, mas respeito-o enquanto pessoa. E apesar de ser mais novo do que eu, e de eu ter um forte sentimento de protecção em relação a ele, porque sou a irmã mais velha, também me sinto muito protegida por ele.

Seria menos feliz se ele não existisse, seria concerteza uma pessoa diferente.

Por todas estas razões e mais algumas a Inês merece um irmão, quero que ela e o irmão sejam cúmplices, amigos, confidentes, quero formem uma equipa imbatível, que sejam felizes um com o outro.

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