segunda-feira, 21 de março de 2011

Inês fora, dia de angústia em casa

Ontem foi a primeira vez que a Inês foi passar o dia com uma amiga da escola.

São as melhores amigas, trocaram os nºs dos telemoveis dos pais, sem os pais saberem e ora ligava uma, ora ligava outra, quem as ouvisse, parecia que não se viam há anos, tal era a alegria.

Conversa para cá conversa para lá, pergunta à mãe de uma, pergunta à mãe de outra e lá ficou mais ou menos combinado que este domingo a Inês iria passar o dia com a amiga.

Achei boa ideia, a Inês é filha única e noto que no fim de semana lhe faz muita falta companhia para brincar.

Sábado liguei à mãe da amiga, por sinal muito simpática, combinamos então que domingo eu lhe entregava a Inês e iam à praia.

Sábado durante o dia estava tudo bem, a Inês super entusismada, começou a fazer a mochila para a o dia a seguir...até que...chega a noite e a noite é uma chatice porque uma pessoa mete-se a pensar no que não deve e eu fui assaltada por pensamentos terriveis.

Não conheço os pais da amiga e se lhe fazem mal e se desaparecem com a Inês e se na hora de a ir buscar eles não me atendem o telefone, não sei onde moram não sei nada....todo um filme de terror se desenrolou na minha cabeça.
Mas mantive-me firme:
- Vânia és redícula, és uma mãe galinha, é amiguinha de escola, andam juntas desde pequenitas, os pais são converteza pessoas normais, deixa-te de merdas.

Lá dormi, levantei-me com um nó na garganta, a Inês numa excitação enorme e eu a fazer-me de forte e a dizer para mim :
vai correr tudo bem, vai correr tudo bem. Até que o galo lá de casa me pergunta:

-Tu conheces os pais da miúda?

É que não basta eu ser uma galinha maricas, tenho em casa um pai que ainda é pior do que eu, por esta altura andava a Inês a correr pela casa já de mochila às costas e nós a olharmos para ela como se a estivéssemos a ver pela última vez.

Decidi aconselhar-me com alguém que já passou por isto e que me sossegou o coração lá me explicou que era uma angústia normal, que todos os pais passam por isto, mas que temos que ultrapassar, que é bom para ela e blá blá blá... e que a probabilidade de eu conhecer bem alguns dos pais dos amigos era muito reduzida.
Iriam ser sempre amigos de escola e os pais, iriam ser sempre os pais dos amigos da Inês, nunca meus amigos.

Bom lá fomos, mais descansados, correu tudo bem, tão bem que quando chegaram já estavam a combinar programa para o próximo fim de semana.

Foi uma primeira vez sofrida, xiça.

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